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Ele Já Tá Vindo

⚠️ AVISO DE CONTEÚDO (+18)
Esta história contém violência gráfica, linguagem explícita e literatura extrema. Não é recomendada para menores de 18 anos ou pessoas sensíveis.

Ele te persegue onde quer que vás.

Eu tava na merda de um sítio no interiorzão de Minas, lá onde o diabo perdeu as botas e o celular não pega nem pra mandar um “oi” pro capeta. Era a casa da minha avó, um troço caindo aos pedaços, com cheiro de mofo e uns rangidos que pareciam a madeira gritando “sai daqui, seu otário!”. Tô lá, de boa, mexendo nuns baús velhos no sótão, porque, né, tava entediado pra caralho e não tinha Wi-Fi pra ver pornô. Achei uma carta. Não era um e-mail, não, seu millennial de merda, era papel mesmo, amarelado, com uma caligrafia torta que parecia escrita por alguém tremendo mais que vara verde.

Tava lacrada com um selo vermelho, tipo cera, com um símbolo esquisito, meio pentagrama, meio cu de galinha. Eu, curioso pra caralho, abri. O texto? Uma merda sinistra: “Se você ler isso, ele já tá vindo. Não olha pra trás. Não pisca. E, pelo amor de Deus, não dorme.” Assinatura? Nenhuma. Só um rabisco que parecia um olho me encarando. Eu ri, né. “Que porra é essa, vovó tava escrevendo fanfic de terror?” Joguei a carta no canto e fui deitar. Mas aí, mano… a casa ficou quieta. Quietinha demais. Tipo, nem grilo cantava, nem vento batia.

Só um barulhinho, tipo tlec-tlec, como unha arranhando madeira. Pensei: “Tô ferrado”. Peguei a carta de novo, li, e a merda do texto tinha mudado! Agora dizia: “Ele tá na escada. Corre, seu filho da puta.” Eu congelei. Escutei um degrau ranger. Craaac. Depois outro. Craaac. Meu cu piscou mais rápido que luz estroboscópica. Saí correndo, derrubei uma cadeira, pulei um sofá, mas a casa parecia um labirinto. As portas? Trancadas. As janelas? Emparedadas, juro por Deus! E a carta, que eu ainda segurava, queimava minha mão, mas eu não conseguia soltar, como se ela tivesse colado na minha pele.

De repente, um sussurro no meu ouvido, tipo uma voz rouca, gargarejando catarro: “Você leu.” Mano, eu não olhei pra trás, mas senti uma respiração gelada na nuca, como se um defunto tivesse soprando gelo no meu cangote. Corri pro porão, porque, sei lá, parecia uma ideia menos idiota que ficar parado. Lá embaixo, tava escuro pra caralho, só uma lâmpada piscando. E, na parede, rabiscos. Centenas de olhos desenhados, todos olhando pra mim. No chão, mais cartas, iguais à que eu achei, mas com nomes diferentes. “João”, “Maria”, “Zé”. Um deles tava escrito com meu nome, e o texto dizia:

“Ele te escolheu. Boa sorte, otário.”

Aí, ouvi a porta do porão ranger, e uma sombra desceu. Não era humana, mano. Era alta, magrela, com braços que arrastavam no chão e olhos que brilhavam tipo farol de caminhão. Eu gritei, mas a voz não saía. A carta na minha mão pegou fogo, mas não queimava, só faiscava e ria – sim, ria, como se tivesse vida! A coisa chegou mais perto, e eu juro, senti ela lambendo meu pescoço, tipo uma cobra com língua de gelo. Eu desmaiei. Quando acordei, tava na cama da vovó, com ela me olhando, sorrindo torto. “Achou a carta, né?”, ela disse, com uma voz que não era dela. “Agora ele é teu amigo.” Mano, eu pulei da cama, corri pro carro, e dirigi até a porra da cidade mais próxima. Mas sabe o pior? A carta tá comigo. Sempre tá. No bolso, na mochila, debaixo do travesseiro. E toda noite, ouço o tlec-tlec e sinto ele na minha nuca.

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