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A Casinha do Meu Cão Morto

⚠️ AVISO DE CONTEÚDO (+18)
Esta história contém violência gráfica, linguagem explícita e literatura extrema. Não é recomendada para menores de 18 anos ou pessoas sensíveis.

Quando a Saudade Abre a Porta do Inferno

Eu morava num canto fudido no interiorzão de São Paulo, tipo aquelas cidadezinhas onde o maior evento é a galinha da vizinha ciscando no teu quintal. Tinha uma casa velha, com um quintalzão que parecia cenário de filme de terror barato, cheio de mato e umas árvores tortas que pareciam dar risada quando ventava. Lá no fundo, tinha a casinha do meu cachorro, o Rex, um vira-lata foda que morreu uns meses antes. O bicho era meu parceiro, mas levou um chute de cavalo e partiu pro céu dos doguinhos. Chorei pra caralho, mas deixei a casinha dele lá, por saudade, sabe? Grande erro do caralho.

Uma noite, tava de bobeira, tomando uma pinga e ouvindo uns modão sertanejo no radinho de pilha, quando escutei um latido. Não um latido qualquer, mano, era o latido do Rex. Aquele “au-au” rouco, meio manhoso, que ele dava quando queria biscoito. Meu cu gelou. “Porra, Rex tá morto, que merda é essa?” Fui pro quintal, com uma lanterna que piscava mais que luz de boate. A casinha tava lá, quieta, mas juro, parecia que a madeira tava… pulsando, tipo um coração do caralho.

Cheguei mais perto, e o cheiro, meu Deus, era uma mistura de terra molhada, carne podre e algo que só posso descrever como o bafo do capeta depois de comer alho. Aí, veio outro latido, mas agora parecia que vinha de dentro da casinha. Mano, a casinha era minúscula, mal cabia o Rex vivo, quanto mais sei lá o quê. Peguei uma pá, porque, né, sou corajoso, mas burro pra caralho. Abri a portinha da casinha, e… porra, eu queria não ter aberto.

Tinha um buraco. Não um buraco qualquer, um troço que parecia um poço sem fundo, com paredes que brilhavam tipo carne viva, pulsando, suando. E, no fundo, dois olhos amarelos me encarando, iguais aos do Rex, mas errados, sabe? Tipo, grandes demais, brilhando demais, e com um ódio que não era de cachorro. Uma voz saiu do buraco, rouca, como se alguém tivesse gargarejado faca: “Você deixou eu preso, seu filho da puta.”

Eu tropecei pra trás, derrubei a lanterna, e a porra da casinha começou a tremer, como se fosse explodir. O chão rachou, e patas começaram a sair do buraco. Não eram patas normais, mano, eram ossudas, com garras que pareciam facas de açougueiro, e cobertas de um pelo preto que cheirava a enxofre. Eu gritei, corri pra casa, mas a porta tava trancada. Do nada, a janela explodiu, e vi a coisa: um bicho que parecia o Rex, mas torto, com o focinho rasgado até as orelhas, dentes que não cabiam na boca, e aqueles olhos me furando a alma.

“Você não veio me buscar,” ele rosnou, e juro, mano, a voz parecia vir de dentro da minha cabeça. Tentei correr, mas o quintal tava diferente, tipo um labirinto de mato que não acabava. A coisa tava sempre atrás de mim, arranhando o chão, babando uma porra preta que queimava o capim. Eu caí, e ele pulou em cima de mim, com aquele focinho podre tão perto que senti o cheiro da morte. “Agora você fica comigo,” ele disse, e lambeu meu rosto. A língua era áspera, quente, e deixou minha pele ardendo como se tivesse sido mergulhada em ácido.

Acordei na minha cama, suando mais que porco na churrasqueira. Pensei que era sonho, mas minha cara tava marcada, com arranhões que sangravam. Fui pro quintal, e a casinha… tava normal. Mas, mano, toda noite, eu ouço os latidos. E, às vezes, vejo ele na janela, me olhando, com aqueles olhos que não piscam. O pior? Ontem, achei um bilhete dentro da casinha do Rex. Só dizia: “Eu volto, parceiro.”

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