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A Cavalgada do Entardecer

Quando as Sombras Chamam os Vivos para Morrer

⚠️ AVISO DE CONTEÚDO (+18)
Esta história contém violência gráfica, linguagem explícita e literatura extrema. Não é recomendada para menores de 18 anos ou pessoas sensíveis.

A Trilha

No interior do Piauí, onde o sol queima a terra até virar pó e as sombras do entardecer parecem engolir o mundo, existe uma trilha esquecida que corta um trecho de caatinga perto de Oeiras. Os mais velhos chamam de “Caminho do Fim”. Ninguém passa por ali depois das cinco da tarde, porque dizem que é quando a Cavalgada do Entardecer começa. Não é uma lenda bonitinha, dessas que contam pra assustar criança. É uma porra de história que faz o sangue gelar e os corajosos cagarem nas calças. A Cavalgada não é só um cavaleiro, é um enxame de coisas que já foram homens, agora algo pior, montados em cavalos que não têm carne, só osso e um fedor que faz o ar apodrecer. Dizem que são almas de bandoleiros que, nos anos 20, fizeram um pacto com um demônio tão velho que o próprio capeta tem medo dele. Em troca de poder e sangue, eles entregaram tudo: corpo, alma, e até o direito de descansar na morte.

O Entardecer

O terror começa com o Diego, um motoqueiro de 30 anos, daqueles filhos da puta que acham que são donos do mundo. Ele tava de passagem por Oeiras, voltando de uma entrega de peças de carro, e resolveu cortar caminho pela trilha, ignorando os avisos de um velho bêbado no bar da cidade. “Não passa pelo Caminho do Fim quando o sol tá caindo, rapaz. Eles vêm. Eles sempre vêm.” Diego riu, chamou o velho de louco e acelerou a moto, o motor rugindo como se pudesse espantar qualquer merda que aparecesse. Eram umas cinco e meia, o céu ardendo em laranja e vermelho, como se estivesse sangrando. A trilha era estreita, cheia de espinheiros que pareciam querer agarrar a moto. O ar ficou pesado, com um cheiro de ferro e podridão, como se alguém tivesse aberto um açougue no meio do nada. Diego sentiu um arrepio, mas pensou que era só o cansaço. Então, ele ouviu. Um som de cascos, distante, mas rápido, como se uma manada inteira estivesse galopando atrás dele. Olhou pelo retrovisor e não viu nada, só poeira subindo. Mas o som ficou mais alto, mais próximo, e agora vinha com um coro de vozes roucas, gritando coisas que não pareciam palavras, mais como gargarejos de quem tá se afogando em sangue.

A Fuga Arrepiante

“Porra, que merda é essa?” Diego xingou, acelerando a moto até o limite. Mas a trilha parecia se torcer, como se a terra estivesse viva, tentando prendê-lo. O céu escureceu de repente, como se a noite tivesse engolido o entardecer em um segundo. Ele parou a moto, o coração batendo tão forte que parecia querer rasgar o peito. Foi quando ele viu. Eram cinco, talvez seis, vultos montados em cavalos esqueléticos, os ossos brilhando sob a luz fraca, com pedaços de carne podre pendurados como trapos. Os cavaleiros não tinham rosto, só buracos onde os olhos deveriam estar, e de dentro saía um brilho verde, como pus brilhando na escuridão. Suas bocas eram rasgadas, costuradas com arames enferrujados, mas ainda assim eles gritavam, um som que parecia rasgar a alma de Diego. Ele tentou ligar a moto, mas o motor morreu, e o silêncio que veio depois foi pior que os gritos.

Os Donos da Terra

Um dos cavaleiros, o maior, desceu do cavalo. O bicho não era um cavalo, era uma porra de aberração: o crânio exposto, com dentes que não pertenciam a nenhum animal, e um rabo que se mexia como uma cobra. O cavaleiro caminhou até Diego, cada passo fazendo a terra tremer, e o cheiro era tão fétido que Diego vomitou ali mesmo, bile e cachaça queimando a garganta. O cavaleiro não tinha pele, só músculos expostos, pulsando como se ainda estivessem vivos, e nas mãos segurava uma foice tão enferrujada que parecia pingar sangue.

“Você pisou no nosso chão, caralho,” a voz do cavaleiro não saía da boca, mas ecoava dentro da cabeça de Diego, como se tivesse invadido seu cérebro. “Agora você é nosso.”

Diego tentou correr, mas o chão parecia chupá-lo, como areia movediça. Ele caiu, e os outros cavaleiros desceram, os cavalos urrando com vozes humanas, um som que parecia uma mulher sendo esfaqueada. Eles o cercaram, e o líder cravou a foice no ombro de Diego, rasgando músculo e osso como se fosse papel. O sangue jorrou, quente, e Diego gritou até a garganta rasgar. Mas o pior não era a dor. Era o que veio depois.

O Banquete

Os cavaleiros começaram a rasgar o corpo dele, não com facas, mas com as mãos, arrancando pedaços de carne enquanto ele ainda estava vivo. Diego viu, em pânico, seu próprio braço sendo arrancado, o osso branco exposto, e ainda sentia tudo. Eles riam, um som que misturava prazer e ódio, enquanto lambiam o sangue dele com línguas longas e pretas, que saíam das bocas costuradas. Um deles enfiou a mão no peito de Diego, arrancando costelas como se fossem gravetos, e ele sentiu o coração ainda batendo, exposto, enquanto o cavaleiro o apertava, rindo.

“Você vai cavalgar com a gente,” o líder disse, e Diego sentiu algo pior que a morte: sua alma sendo arrancada, como se um gancho tivesse fisgado algo dentro dele e puxado. Ele viu, por um segundo, seu próprio corpo, agora um trapo de carne e ossos quebrados, antes de tudo escurecer.

No dia seguinte, encontraram a moto de Diego, coberta de marcas de garras e sangue seco. O corpo nunca apareceu. Mas os moradores de Oeiras dizem que, toda vez que o sol começa a cair, a trilha treme com o som de cascos, e agora há um cavaleiro a mais na Cavalgada do Entardecer. Um que grita um nome que ninguém entende, com uma voz que não é mais humana. E se você passar pelo Caminho do Fim quando o céu fica vermelho, não olhe pra trás. Porque eles estão lá, e estão com fome.

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